[Resenha] Branca de Neve - Irmãos Grimm

Branca de Neve
Autor: Irmãos Grimm
Tradutor: William Lagos
Ilustradora: Camille Rose Garcia
Págs: 80
Editora: Geração Editorial

Eu sempre tive uma certa atração por contos de fadas, mesmo que minha personalidade não condiga. Não que eu concorde com eles, ou que tenha alguma visão iludida. Não mesmo. Mas eu sou nostálgica e gosto de alimentar meus instintos infantis, da época em que eu me refugiava nesses contos e seus respectivos filmes. Eu gostava de ver a luta do bem contra o mal. Por isso, também, adquiri este livro. E pela beleza dele também.

Este livro não é longo e se sua história fosse retirada, eu diria que daria apenas umas 5 páginas de Word com fonte tamanho 12. Inclusive, está sob a autoria dos Irmãos Grimm, ou seja, é a tradução do texto original (e, portanto, com alterações mais sombrias em relação à versão da Disney). Mas o que ele tem muito é a estrutura física com toda sua beleza.

A história é conhecida, Branca de Neve, que pela sua beleza (exatamente aquela que sua mãe desejou) branca como a neve, vermelha como o sangue e negra como o ébano, que culmina nas cores de sua pele, seus lábios e seus cabelos, respectivamente, desperta a inveja da Rainha, sua madrasta, ao descobrir, através de seu espelho mágico que NÃO é a mais bela do reino. Esta maldosa rainha faz três tentativa de destruir Branca de Neve e, o que eu achei um absurdo sob minha visão adulta, Branca de Neve inocentemente cai nas três armadilhas da mesma bruxa. Ressalte-se: com a mesma aparência.

Dois pontos são originalmente das histórias dos Grimm e diferenciam das outras versões amenizadas e romantizadas espalhadas por aí: o fato que Branca de Neve não é despertada por um beijo, mas porque o sacolejo de seu caixão de vidro faz com que o pedaço da maçã envenenada que estava em sua garganta saia, e o fato da punição da Rainha, já no final feliz da Branca de Neve, que descreve que a mesma dance sobre sapatos de ferro aquecido sobre carvões em brasa com tenazes até cair morta.

Algo que também me fez ficar contrariada foi o amor do Príncipe pela princesa “morta” e, ao acordar, ela é “intimada” a casar com ele, e aceita como amor verdadeiro, mesmo sendo a primeira cena que ela vê após seu longo sono. Mas, são contos de fadas mantendo o máximo de sua originalidade.

Lançado pela Geração Editorial e com apenas 80 páginas, o livro é uma verdadeira obra de arte. As ilustrações são de Camille Rose García, artista visual americana que é conhecida por seus trabalhos góticos e arrepiantes. Uma mistura de romantismo, do grotesco, da morte e da vida, da expressividade e de muitas e muitas cores. Nossa, eu achei perfeito.

Vejam algumas imagens:

Até o texto seguiu o padrão com alguns parágrafos iniciais ou falas destacadas em páginas inteiras:

 

Considero um livro para colecionadores. Com capa dura, páginas com brilho e mais grossas, complementando todo o material diferencial. Minha nota de avaliação foi 4, não pela história, mas pelo design gráfico, que foi algo que eu esperei ter e não me decepcionei. Espero que gostem.