Livro: O Oceano no fim do Caminho
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Número da Edição: 1
Ano da Edição: 2013
Número
de Páginas: 208
Sendo este o quarto livro que leio do Neil Gaiman,
confesso que nele, assim como em todas as vezes que grudei em algum livro dele,
eu me surpreendi na leitura, pois embora ele prometa facetas de magia e
fantasia, ele consegue narrar fatos mágicos e oníricos intrinsecamente ligados
a realidade de uma forma que resta uma margem na qual cabe apenas ao leitor
decidir em que acreditar. E qualquer que seja sua escolha, a realidade torna
tudo mais assustador. Neste livro encontrei sonhos, e escuridão. Muita
escuridão. No mundo externo e dentro de cada um. E um oceano de conhecimento e
mundos e descobertas.
O livro foi pensado inicialmente como um conto que Neil
começou a escrever para sua esposa, Amanda Palmer, que estava na Austrália, mas terminou como um
maravilhoso livro curto (uma pena) publicado em 2013. Neil Gaiman também afirma que
uma família protagonista no livro, as Hempstock, aparece em outros dois de seus livros e, o
que torna tudo muito fascinante, alguns fatos do livro são autobiográficos, algumas coisas que aconteceram com a criança, como o roubo do carro e o homem encontrado morto dentro do carro.
A história é contada por um homem, cujo nome não foi revelado, que retorna a sua cidade natal por causa de um funeral, cujo falecido também não tem revelados seu nome ou o parentesco com o protagonista. Ao reencontrar as Hempstock, guiado por instintos e lembranças subconscientes que não consegue explicar, ele vai mergulhar de uma vez em tudo que lhe aconteceu aos 7 anos.
Gostei disso. Livros eram mais confiáveis que pessoas, de qualquer forma.
Página 18
Sim,
o que mais me marcou foi que todo o livro acontece sob a perspectiva de uma
criança de 7 anos que vê, sente e luta contra coisas inexplicáveis, incompreendidas
e desconhecidas, sob certo ponto, pelos adultos. Tudo, tudo, é muito denso para
uma pessoa. E é extremamente angustiante para uma criancinha sensível que vê
alegria em muito poucas coisas, uma delas é ler. O menino lia bastante,
refugiando-se nos livros.
A gente sente a solidão, o desamparo, a esperança, a força,
a sinceridade, a sabedoria que somente uma criança pode ter. As analogias, o
mundo real sendo irrisório diante da grandeza das coisas que realmente
importam, dá a impressão de que fazemos parte da criança. De que somos a
criança e que todo o resto não importa como importa para nós, uma vez adultos.
Ursula Monkton, um verme deste macromundo ignorado pelos adultos e disfarçada de humana, me assustou pra caramba. Sério, tive medo
dela. E me deixou muito tensa como em um bom filme de suspense. Mas com muito
mais drama, densidade, tensão e importância.
- Você é um mostro? Como a Ursula Monkton?
Lettie jogou uma pedra no lago.
- A meu ver, não – respondeu. – Existem monstros de todos os formatos e tamanhos. Alguns deles são coisas de que as pessoas têm medo. Alguns são coisas que se parecem com outras das quais as pessoas costumavam ter medo muito tempo atrás. Algumas vezes os monstros são coisas das quais as pessoas deveriam ter medo, mas não têm.
Página 129
Lettie Hempstock, sua mãe e sua avó - três gerações representadas - são o centro deste universo secreto, mas não tanto, e detentoras de todo o mistério que sentimos correr pelas veias da alma do menino e, estranhamente, pela nossa também. Lettie também é uma criança – ou não – incrível. Suas
falas são as mais esperadas. Foi com ela que eu acabei de concordar que não
existem adultos no mundo.
- Vou dizer uma coisa importante para você. Os adultos também não se parecem com adultos por dentro. Por fora, são grandes e desatenciosos e sempre sabem o que estão fazendo. Por dentro, eles se parecem com o que sempre foram. Com o que eram quando tinham a sua idade. A verdade é que não existem adultos. Nenhum, no mundo inteirinho.”
Página 130
Não posso deixar de admirar o personagem. Existe nele uma
melancolia que existe nos melhores, um senso de verdade e um peso de tristeza
pelo fardo das consequências das verdade. E uma sabedoria e compreensão das coisas que nos fazem esquecer, muitas vezes, que as lembranças são de uma criancinha de apenas 7 anos de idade.
“Não tenho saudade da infância, mas sinto falta da forma como eu encontrava prazer em coisas pequenas, mesmo quando coisas maiores desmoronavam.”
Página 169
Eu gostaria muito que mais pessoas que leram esse livro
viessem comentar. É um livro que, quanto mais se comenta, mais se quer
continuar comentando.
Eu não tenho livros favoritos com muita frequência, mas, sim, este é um deles.
Recomendo muito.
Gostei da dica, ja vou colocar na minha lista!
ResponderExcluirBeijos!!
Jéssica R. Coelho Blog
Coloca, quando ler me diz o que achou!
ExcluirBeijos!
\o/! Parece ser um livro realmente maravilhoso!
ResponderExcluirAmei o post!
Amei seu blog também amor! Um beijo!
www.anneabreu.com.br
Oi Anne!
ExcluirMuito obrigada flor!
Fico muito feliz!
Um beijo!
Oiii Alana
ResponderExcluirQue blog lindo! Já estou seguindo e amei conhecer esse espacinho de vocês.
Nunca li nada do Neil Gailman mas tenho aqui um livro dele pendente para ler, algo baseado na Bela Adormecida eu acho...
Esse do Oceano no fim do Caminho parece ser bastante interessante e essa capa azul me deixa deslumbrada
Beijos
naprateleiradealice.blogspot.com.ar
Oi Alice!
ExcluirFico feliz por ter gostado do blog e já estar seguindo.
Já vi esse livro, embora ainda não tenha lido.
Acredite, este livro é realmente deslumbrante!
Vou seguir seu blog também!
Beijos!